A Geração Z cresceu.
Os jovens nascidos aproximadamente entre 1995 e 2010 e que foram, de alguma forma, os primeiros a terem contato com o meio digital desde muito cedo, já estão nas escolas, universidades e muitos no mercado de trabalho.
E embora não haja um consenso a respeito do período que compreende esta geração, podemos definir que os representantes nascidos na década de 90, já estão inseridos no mercado de trabalho, enquanto os nascidos no novo milênio estão divididos entre universitários, concluintes do Ensino médio e os mais novos em séries iniciais.
Dos Baby Boomers à Geração Z: características e influências que impactaram a sociedade
Antes de mais nada, é importante falarmos brevemente sobre outras gerações:
- Os nascidos aproximadamente entre 1946 e 1964, são os chamados Baby Boomers, expressão originada após o fim da segunda guerra mundial, quando os soldados americanos retornaram para suas casas e, a partir deste período, foi identificado um grande aumento na taxa de natalidade, um verdadeiro “boom“;
- Nascidos nas décadas de 60, 70 e 80, a geração X – formada pelos filhos dos baby boomers –, passaram pela fase hippie, fizeram carreira no mercado, acompanharam o surgimento do computador pessoal, da internet e do celular – claro, nada comparado ao que temos e usufruímos atualmente.
- Chegamos na geração Y, que compreende os nascidos entre o fim dos anos 70 e início dos anos 90. Uma geração que se desenvolveu na transição entre o analógico e digital, marcada pela liberdade e inovação, que buscam por informações confiáveis, imediatas e são aqueles que atualmente mais estão conectados nas redes sociais.
- Por fim, a geração Z, os nascidos aproximadamente entre 1995 e 2010, também chamados de “nativos digitais”, que nasceram e cresceram intimamente (e literalmente) conectados à internet e aparelhos tecnológicos.
Podemos dizer que hoje a sociedade está dividida entre todas as gerações, com suas características e influências. Muitos, é claro, trazem sinais de outras gerações e uma das maiores semelhanças entre elas, está na busca pela informação: todas, de alguma forma, acompanham as evoluções da sociedade e estão atentos às novidades que surgem a cada dia.
Alguns, impactados com a rapidez da tecnologia. Outros, acostumados.
A Geração Z da Última Década
Se de modo geral, a geração Z é também chamada de ‘Geração dos Nativos Digitais’, os nascidos na última década são os que, cada vez mais, estão precocemente familiarizados e compreendem a tecnologia de uma forma muito mais natural.
A verdade é que a última década desta geração, chegou ao mundo em um contexto tecnológico completamente diferente de seus pais.
As crianças estão muito mais predispostas às inovações, movidos pela própria curiosidade e principalmente pelas novidades que surgem a cada dia – e que facilmente tomam conhecimento.
Já os pais da geração Z da última década, possuem suas inquietações, como:
- Quais e como impor limites com relação ao uso de tecnologias?
- Como utilizá-las em benefício do desenvolvimento de seus filhos?
- Como educar adequadamente esta geração?
- Como a Instituição de Ensino está lidando com os ‘nativos digitais’ em uma sala de aula?
A última traz consigo um desafio para as Escolas:
Como relacionar-se com os pais da geração Z? O que eles buscam e quais suas preocupações em relação ao Ensino de seus filhos? Como poderão preparar os nativos digitais de forma segura ao constante envolvimento com as tecnologias e as interações que elas possibilitam?
Quais os Anseios e Inquietações dos Pais da Geração Z?
Grande parte das crianças nascidas na última década, e que hoje estão nas séries iniciais, são frutos da geração Y.
É evidente que esta e as outras gerações busquem por Escolas que dediquem cuidado e atenção aos seus filhos, além da excelência no Ensino, é claro.
Mas a geração Y é composta por pessoas atraídas por tecnologia desde a infância, que possuem grande preocupação com a exposição na internet e a veracidade das informações (fake news), e lidam com a interação em tempo real de uma forma natural e até rotineira.
Por conta disso, compreendem com mais facilidade as evoluções tecnológicas e possuem uma forte inquietação com relação ao Ensino e a estrutura das Escolas de seus filhos neste contexto.
As Instituições de Ensino, por sua vez, precisam acompanhar o mercado tecnológico, mas além disso, é preciso que estejam atentos a alguns cuidados que aproximarão os pais da geração Z à Instituição.
O Relacionamento das Instituições de Ensino com os Pais da Geração Z
Parece contraditório dizer que os pais desta geração, apesar de toda tecnologia e suas possibilidades de comunicação em tempo real, queiram, cada vez mais, um relacionamento humano e aproximado com as Escolas de seus filhos.
Acontece que por tudo que percebem e compreendem de tecnologia, especialmente o uso da Internet, desperta neles a necessidade desta aproximação – e de uma certa fiscalização sobre o que ocorre na ausência deles.
Segundo o CGI (Comitê Gestor da Internet no Brasil), atualmente 82% das crianças e adolescentes em todo país, utilizam smartphones para estarem conectados. Verdadeiros Nativos Digitais.
Os dados parecem assustadores pra você?
Cabe à Instituição identificar pontos que possam responder às inquietações dos pais da geração Z, e tranquilizá-los quanto ao uso das tecnologias nas Escolas para o benefício do Ensino e do relacionamento com a Instituição:
- Estrutura Tecnológica:
Computadores, laboratórios e bibliotecas tecnologicamente funcionais. Isto é, que atendam às demandas especificamente das disciplinas, orientadas para a pesquisa e troca de informações e conteúdos que agreguem ao conhecimento e desenvolvimento do aluno.
Além disso, neste tópico podemos abordar outros benefícios de contar com uma estrutura tecnologicamente eficaz para, por exemplo, atender um dos maiores anseios dos responsáveis: uma comunicação eficiente, que os mantenham informados sobre o que ocorre na Instituição.
- Tecnologia no aprendizado:
Podemos afirmar que a geração Z enxerga a tecnologia como algo comum na rotina deles.
Por conta disso, é evidente que há uma preocupação (muito pertinente) de seus responsáveis sobre o uso moderado de certos recursos.
Entretanto, as Escolas precisam investir esforços para inserir o universo digital na aprendizagem – e encontrar o equilíbrio entre o incentivo e uso qualificado dos inúmeros recursos.
E não estamos falando apenas sobre o uso de computadores, tablets e acesso à Internet: o incentivo à pesquisa, ao desenvolvimento, à formação de fóruns para trocas de informações, entre outros.
São recursos e possibilidades como estas que devem ser exploradas, a fim de incentivar o aluno a ser mais colaborativo através do que a tecnologia oferece.
- Objetividade e rapidez nas Informações:
Vamos voltar algumas décadas: os pais das gerações anteriores, recebiam os comunicados e notas das Escolas de seus filhos através de um papel impresso (para os mais antigos, escrito à mão mesmo), e que geralmente eram entregues pelos próprios filhos.
Mas quais as garantias de que a informação chegaria ao destinatário?
Ainda que, infelizmente, esta seja a realidade de muitas escolas no país, hoje é muito comum que os comunicados, notas e outras informações importantes sejam direcionadas aos responsáveis, de modo rápido e eficiente.
De que forma? E-mails, mensagens, grupos e tantas possibilidades.
Porém muitas informações que respondem aos anseios dos pais e responsáveis da geração Z, diz respeito a facilidade de acesso à elas, como: análise de histórico escolar, controle de presenças, consulta de atividades complementares, análise de situação financeira, 2ª via e pagamento de boletos, consulta de grade horária escolar, entre outros.
Sua Instituição satisfaz à esta inquietação?
- Relacionamento próximo – mesmo que literalmente conectado:
Se cada vez mais as pessoas buscam uma comunicação rápida e objetiva, por outro lado também sentem um certo distanciamento umas das outras, causado justamente pelas facilidades de relacionamento que a tecnologia proporciona. Por isso, é importante cultivar o lado humano dentro das Instituições.
Isto é: priorizar o diálogo e incentivar a participação de alunos, pais e responsáveis na comunidade acadêmica.
É muito importante destacar este aspecto, justamente para que o diálogo seja igualitário entre a família e a Escola, a fim de resolver possíveis conflitos de qualquer natureza.
Vale ressaltar que a geração Z, independente da década que tenha nascido, também quer ser ouvida e ter suas opiniões consideradas por educadores e responsáveis.
- Incentive a participação dos pais e alunos:
Se a maioria dos pais da geração Z é composta por pessoas da geração Y, é sempre importante ressaltar: estamos falando de gerações naturalmente questionadoras.
Por isso a importância de tê-los atuantes dentro da Instituição de Ensino, acolhendo suas opiniões (quando prudente), abertos ao diálogo e incentivando suas participações em eventos, festas e reuniões.
Embora existam tantos recursos digitais, esta é uma forma de não perder o vínculo com a Instituição e a vida escolar de seus filhos, ainda que existam inúmeras “formas online de acompanhá-los”, nada vai substituir o lado humano das relações.
Ouvir o que pais e alunos têm a dizer, é sem dúvida uma estratégia vantajosa para fidelizá-los e sua Instituição precisa se adaptar às demandas no que diz respeito ao relacionamento com o ‘cliente’.
Não Há Mistérios
Lidar com pessoas, seus anseios e inquietações, é sempre desafiador.
No entanto, talvez a palavra que possa definir o rumo das relações seja: desconstruir.
Um verbo que traz consigo a necessidade de repensar diariamente sobre padrões educativos e as relações humanas. Esta mesma necessidade, mesmo que de forma indireta, acompanha os anseios dos pais da geração Z, e os leva a constante busca pela desconstrução de padrões e moldes possivelmente praticados pelos seus pais em outras épocas.
Ainda que a Instituição precise acompanhar as evoluções tecnológicas, é necessário adaptar-se constantemente para compreender as demandas desse perfil de pais e responsáveis.
Mas a gente também quer saber:
Na sua Instituição, de que modo os desafios são enfrentados para atender aos anseios e inquietações dos pais desta geração? Conta pra gente!